É preciso estar aqui para escrever sobre AQUI. De regresso à Guiné-Bissau e ao calor (bendito), nesta altura especial de início de novo ano é tempo de desejar mais, de ter ainda mais esperança, como todos os inícios de ano em que desejamos que corra sempre melhor que o anterior. Para além dos desejos fortes mas vagos de que tudo corra bem por aqui, que seja um ano de paz e de prosperidade, ao fim de um dia de aqui voltar o que mais me vem à saudosa memória são os Bijagós.
É um desejo para 2008, voltar aos Bijagós.
É certo que nem todas as experiências foram como a que hoje conto, algumas experiências que muitos já me ouviram falar devem fazer com que esses me achem doida por querer “arriscar” de novo. Peripécias que ficam para contar em altura em que os desejos estejam menos inebriados do Ano Novo.
Por hoje a vontade é de repetir a dose de Abril de 2005. Foi a segunda vez que fui aos Bijagós. O Africa Queen é um barco senegalês que faz cruzeiros aos Bijagós mais ou menos entre Novembro e Maio. É como viajar no tempo para um lugar chamado Paraíso. Uma calma, uma paz… E a paisagem. É tão difícil escolher entre as centenas de fotos para mostrar apenas uma meia dúzia. Queria mostrá-las todas. E conseguir descrever cada um daqueles momentinhos, em que até parece que o tempo não passa, mas que infelizmente acaba.
Entrar no Africa Queen numa 6ª feira à noite em Bissau e acordar na manhã seguinte ao largo de uma destas ilhas é como um sonho mas em que mais do que se ver, se sente, se cheira, se vive.
Pela primeira vez conheci uma tabanka nos Bijagós. A ilha das Galinhas é habitada e tem várias tabankas. Numa delas um homem fazia óleo de palma, como sempre se fez. Não há por ali nada de moderno, nenhuma tecnologia. Na maior parte das tabankas nem sequer há luz, para além da do Sol, salvo alguma sortuda com gerador. Vive-se por ali como há centenas de anos atrás, essencialmente com aquilo que a terra e o mar lhes dá. Claro que a estas ilhas onde já há mais habitantes, há algumas canoas que por ali vão com alguns produtos de Bissau, e assim se fazem algumas (poucas) trocas comerciais. Mas ainda assim o isolamento é muito grande.
As máquina fotográficas são obviamente um espanto para a população, mas ficam extasiados com a imagem deles na máquina digital, amontoam-se e ficariam ali a ver-se todo o que tempo que os deixássemos. Depois ficam felizes, riem, fazem mais poses.
O João fez um daqueles truques para os miúdos, daqueles com as mãos em que parece que se separa o polegar da mão, ficaram surpreendidos, espantados e alguns gritavam o que soubemos depois que significava “feiticeiro”. Impossível não rir por essas e por outras, e impossível não chorar com a falta de certas condições, com a impossibilidade de tratar uma criança de meses doente com qualquer coisa que até poderia ser curável, noutro lugar. Só visto, só vivido.
Tempo de deixar a realidade da ilha das Galinhas que passou para o plano da memória; mais nos espera para agitar os sentimentos.
Uma das grandes vantagens de ir aos Bijagós no Africa Queen é conhecer várias ilhas. Um das fotos é da Ilha dos Cavalos mas as outras são da Ilha do Meio que ficou até hoje como a minha preferida. Ficar por ali a descansar numa praia imensa, em que para além da areia só a vegetação cerrada, selva. E quase ninguém, apenas um casal francês de reformados fazia concorrência a mim e aos meus dois amigos. A sensação é única, já o disse antes, a de “raros privilegiados”. Ao contrário de outros lugares que visito e que também me apaixonam e que depois fico a desejar viver um tempo por lá, não desejo viver nos Bijagós, apenas desejava que ficassem sempre assim, intactos, e poder lá voltar, de vez em quando, sem nunca perder aquela sensação.
É um desejo para 2008, voltar aos Bijagós.
É certo que nem todas as experiências foram como a que hoje conto, algumas experiências que muitos já me ouviram falar devem fazer com que esses me achem doida por querer “arriscar” de novo. Peripécias que ficam para contar em altura em que os desejos estejam menos inebriados do Ano Novo.
Por hoje a vontade é de repetir a dose de Abril de 2005. Foi a segunda vez que fui aos Bijagós. O Africa Queen é um barco senegalês que faz cruzeiros aos Bijagós mais ou menos entre Novembro e Maio. É como viajar no tempo para um lugar chamado Paraíso. Uma calma, uma paz… E a paisagem. É tão difícil escolher entre as centenas de fotos para mostrar apenas uma meia dúzia. Queria mostrá-las todas. E conseguir descrever cada um daqueles momentinhos, em que até parece que o tempo não passa, mas que infelizmente acaba.
Entrar no Africa Queen numa 6ª feira à noite em Bissau e acordar na manhã seguinte ao largo de uma destas ilhas é como um sonho mas em que mais do que se ver, se sente, se cheira, se vive.
Pela primeira vez conheci uma tabanka nos Bijagós. A ilha das Galinhas é habitada e tem várias tabankas. Numa delas um homem fazia óleo de palma, como sempre se fez. Não há por ali nada de moderno, nenhuma tecnologia. Na maior parte das tabankas nem sequer há luz, para além da do Sol, salvo alguma sortuda com gerador. Vive-se por ali como há centenas de anos atrás, essencialmente com aquilo que a terra e o mar lhes dá. Claro que a estas ilhas onde já há mais habitantes, há algumas canoas que por ali vão com alguns produtos de Bissau, e assim se fazem algumas (poucas) trocas comerciais. Mas ainda assim o isolamento é muito grande.
As máquina fotográficas são obviamente um espanto para a população, mas ficam extasiados com a imagem deles na máquina digital, amontoam-se e ficariam ali a ver-se todo o que tempo que os deixássemos. Depois ficam felizes, riem, fazem mais poses.
O João fez um daqueles truques para os miúdos, daqueles com as mãos em que parece que se separa o polegar da mão, ficaram surpreendidos, espantados e alguns gritavam o que soubemos depois que significava “feiticeiro”. Impossível não rir por essas e por outras, e impossível não chorar com a falta de certas condições, com a impossibilidade de tratar uma criança de meses doente com qualquer coisa que até poderia ser curável, noutro lugar. Só visto, só vivido.
Tempo de deixar a realidade da ilha das Galinhas que passou para o plano da memória; mais nos espera para agitar os sentimentos.
Uma das grandes vantagens de ir aos Bijagós no Africa Queen é conhecer várias ilhas. Um das fotos é da Ilha dos Cavalos mas as outras são da Ilha do Meio que ficou até hoje como a minha preferida. Ficar por ali a descansar numa praia imensa, em que para além da areia só a vegetação cerrada, selva. E quase ninguém, apenas um casal francês de reformados fazia concorrência a mim e aos meus dois amigos. A sensação é única, já o disse antes, a de “raros privilegiados”. Ao contrário de outros lugares que visito e que também me apaixonam e que depois fico a desejar viver um tempo por lá, não desejo viver nos Bijagós, apenas desejava que ficassem sempre assim, intactos, e poder lá voltar, de vez em quando, sem nunca perder aquela sensação.
FELIZ ANO NOVO!
4 comentários:
Olá Afric(Ana)
Adorei o blog.Conteúdo que nos situa e convida visitar Bissau.Um dia em "Bijagós"
Obrigado por estas lindas imagens do continente que me viu nascer.
Prometo visitar mais vezes. Se puder de um salto para www.maosdemocambique.blospot.com
Ouri Pota
Olá Ana.
Sou um dos previligiados que visitou o arquipélago na companhia de excelentes amigos.
As fotos são lindas, parabens.
Feliz ano de 2008.
Jinhos.
Walter
bonito praia, até me das prazer de xegar ai agora mesmo, que saudade do meu pais natal guiné um dia estai ai se deus quizer nunka te esqueço no meu coração, mensagem de saudade depois de muitos ano forra da guiné.... te doro guiné-bissau.
Que a Paz de Nosso Senhor Jesus esteja contigo!
Meu coração se enqueu de alegria ao ler teus escritos e contemplar tuas fotos.
Espero estar por lá em 2009...Desejo passar bastante tempo por lá. Certamente com uma boa maquina fotografica.
Que Deus abençõe a todos.
Rogério
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