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terça-feira, 14 de setembro de 2010

ALLAH AKBAR – A ORAÇÃO DO FIM DO RAMADÃO

O Ramadão terminou na passada sexta-feira.

Neste dia, a oração especial de agradecimento pelo fim do jejum reúne uma grande parte dos muçulmanos no jardim de Bissau, frente à Câmara Municipal.

A oração estava marcada para as 10 horas em todo o país.

Foram chegando desde cedo. Alguns de sabador novo. Tapete na mão ou debaixo do braço. Iam chegando, escolhendo um local e estendendo o tapete de oração. Há-os de vários tamanhos, materiais e cores. Descalçam-se e tomam o seu lugar no tapete.
Alguns rezam desde logo, outros convivem, outros simplesmente aguardam.

O Presidente e vários membros do Governo também elegem, deste há muito, este local para esta grande oração conjunta.

À hora marcada a reza inicia-se e apenas percebo a expressão Allah Akbar, repetida várias vezes durante os cerca de cinco breves minutos que a oração dura.

É acompanhada por movimentos simbólicos. Começam por rezar de pé.

Depois elevam os braços à frente e até junto à face.
Novamente direitos e depois inclinados a 90º.
Em seguida de joelhos no tapete, corpo inclinado para a frente com a testa a tocar o chão.
Ajoelhados, de costas levantadas. E repetidamente.
É um momento impressionante.

No final calçam-se, sacodem e dobram o tapete e regressam a casa, a sua, ou de familiares ou amigos. É o dia da grande festa, de Eid-al-Fitr.
Fico feliz por finalmente ter ido assistir e satisfeita com as fotos tiradas.
Mas incomodada, e sempre, pelo lugar das mulheres. Ficaram ao fundo do jardim, com um espaço que as separava dos homens, afastadas, e onde a máquina não alcançava.

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

CARNAVAL INFANTIL 2010

Este ano o Carnaval não será passado na Guiné-Bissau. Passarei duas fronteiras daqui a algumas horas. Mas entretanto já tive a oportunidade de assistir a um dos melhores desfiles do Carnaval de Bissau deste ano.

Todos os anos na manhã da sexta-feira anterior ao Carnaval tem lugar na Praça dos Heróis Nacionais (antiga Praça Império) o Carnaval Infantil.

Foi assim. Crianças de várias idades e de várias escolas participaram no desfile, sendo que trajes e costumes típicos da etnia Bijagó são os mais representados. As meninas das sainhas de palha são as kampunis (raparigas jovens da etnia Bijagó).
Também era possível encontrar pelo menos um Balanta na multidão de palmo e meio. Aquele menino de barrete vermelho usa-o como símbolo da etnia mais numerosa do país e que ficou mais conhecido pelo seu uso habitual pelo político e ex-Presidente da República Koumba Yalá.
A meio da manhã o calor apertava e este menino, que simboliza a tarefa de descascar o arroz manualmente, faz uma pausa para beber água. Não fosse o arroz a base de alimentação do povo guineense.
Quem também se fez representar foi a Escola Professor Doutor Cavaco Silva, frequentada pela Maira que também desfilou com as colegas (em cima à direita). A rainha desta escola era uma rainha da etnia Manjaca, com o respectivo traje típico (em baixo à esquerda). Muito engraçado eram alguns penteados enfeitados com doces, como a menina da cabeça com rebuçados no canto superior esquerdo. Mais algumas fotos e votos de um

BOM CARNAVAL

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

O FERIADO DA LUA

O Fim do Ramadão

Hoje foi o feriado da lua (21/09). Não o único mas um deles.

Terminou o mês do Ramadão, o nono mês segundo o calendário islâmico, um calendário lunar. Durante os últimos 30 dias os muçulmanos, que neste país se aproximam da metade da população, fizeram o jejum.
Foi das primeiras coisas que o Braima me disse quando me foi buscar ao aeroporto: Braima stá no djumdjum.
Ana sabe o que isso significa. Significa que Braima quer bidon de iagu fresca todos os dias ao final do dia para levar quando for cortar o djumdjum.

O jejum começou a 22 de Agosto porque nessa noite apareceu a lua nova que indicava o início do mês do Ramadão.
Durante este mês os muçulmanos não comiam nem bebiam durante o dia, desde as 6H da manhã até às 19:15H. Não é só o não comer e beber, na verdade eles não podem engolir o que quer que seja, por isso lembro-me sempre que, neste mês (o do Ramadão e não o de Setembro), vemos frequentemente pessoas a cuspir, para não engolirem o próprio cuspo.

O dia que assinala o fim do Ramadão é um dia muito importante. Ter sido capaz de aguentar o sacrifício daqueles dias é uma prova de fé. E é um feriado em que as pessoas vão à mesquita pela manhã, usando as suas melhores roupas, se possível novas, juntam-se e comem e bebem o melhor que podem.

Fez-me lembrar o Natal ou a Páscoa à medida que fui percebendo os preparativos que eram feitos.

O Braima quis um sabador novo para estrear nesse dia, pelo que no sábado anterior fui ao Bandim comprar uma coisa que nunca tinha comprado na vida.

Hoje o Braima apareceu passava pouco das 10H da manhã. Já tinha ido à mesquita e vinha orgulhosamente mostrar o seu novo traje, o seu novo tapete de oração e pedir postal.
As fotos vêm primeiro para aqui e só depois serão reveladas para lhe entregar.

Aproveito para lhe pedir alguns esclarecimentos, já que o Saliu e o Serifo vieram pedir apoio para ficarem a assistir à partida da lua na noite de 5ª para 6ª.

É a noite de mancida, explica. Mancida de ficar a ver amanhecer. O Dafé explicou-me mais tarde que também se chama Laylat al Kadr, e que laylat é noite em árabe. Na noite do 26º para o 27º dia do jejum a lua (minguante) desaparece por completo e os muçulmanos despedem-se da lua que significa o princípio do fim do Ramadão. As duas ou três noites seguintes serão de completa escuridão, é de descanso, dizem. E só na 29º ou 30º noite aparece a LUA NOVA que assinala então o fim do Ramadão e do jejum. É feriado!

Digo, animada, que hoje é dia de comer muito mas Braima responde apenas: “se pode”.

Na casa da família do Dafé pode-se. Passo por lá um bocado em resposta ao amável convite para a festa de fim de Ramadão e aprendo um pouco mais sobre o feriado, o Alcorão e o árabe. Não me demoro pois demorado foi o caminho para ir ao e vir do Bairro de Antula.

Mais tarde passo pela maior e mais bela mesquita de Bissau, onde Braima vai fazer oração, frente ao Hospital 3 de Agosto, na Avenida.


Aparecem uns meninos nos seus novos sabador a pedir festa e troco a festa por mais um postal de mais um dia diferente.

Bom feriado
e
Salam Aleikum
(Que a paz esteja sobre vós / convosco)

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

A MELHOR FOTO DO CARNAVAL

MIDJOR POSTAL DI N`TRUDO

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

CARNAVAL II – FOTOS E VENCEDORES

Mais umas fotos do Carnaval na Guiné-Bissau.

E já foram anunciados os vencedores do desfile do Carnaval da Guiné-Bissau em 2009:
1º Netos do Bandim
2º Bubaque
3º Biombo

Confesso que no desfile nem sempre consegui distinguir todos os grupos concorrentes mas os de Bubaque impressionam pela utilização das peças de arte Bijagó, que preparam todos os anos para as suas cerimónias e para esta festa.
Nas fotos do post anterior pertencem a Bubaque a terceira e a quarta.

A segunda foto do post anterior que retrata o "fanado", uma tradição balanta, pertence aos Netos do Bandim. Segundo o júri a decisão de atribuir o primeiro prémio aos Netos do Bandim (que foram também os vencedores do ano passado e de outros anos) deveu-se a facto de terem representado melhor a cultura de várias etnias da Guiné, através de diversas danças.

Mais sobre os netos do Bandim
aqui e aqui.

(Ao centro a Rainha Okinka Pampa, Rainha dos Bijagós)














segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

CARNAVAL I

Ontem foi Carnaval, hoje é Carnaval e amanhã será Carnaval.
Serão estes os 3 dias de que sempre ouvi falar no provérbio “A vida são dois dias e o Carnaval são três”?
Não na Guiné. Por aqui o Carnaval começou na 6ª e não se vê dia de acabar. As barraquinhas do Carnaval já estão montadas há semanas e não se prevê que desapareçam antes de Maio (fotos para depois).

Para já fotos - a uma distância segura - do desfile de hoje na Avenida Amílcar Cabral, mas com promessas de mais e melhores.


terça-feira, 20 de janeiro de 2009

AMÍLCAR CABRAL

O Pai da Nação
Muito melhor do que poderia dizer aqui, dito ali:

Hoje é Feriado na Guiné-Bissau, pelo pior motivo de todos. Há 36 anos, Amílcar Cabral, a maior esperança de sempre do povo guineense, era assassinado.

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

RUAS DAS FLORES

Uns dias antes do dia 2 de Novembro era assim por várias ruas da Guiné. Flores de papel de todas as cores. Dia 2 de Novembro é o dia dos mortos, e feriado na Guiné-Bissau.
É o dia de visitar as campas daqueles que perdemos, e como em muitos outros países é tradição levarem-se flores.
Dois dias antes, na 6ª feira, 31 de Outubro, noite das Bruxas, as chuvas deram o seu último sinal durante os próximos tempos. Parece inacreditável mas é todos os anos por volta deste dia que termina a época das chuvas. Há quem diga que assim acontece para se lavarem as campas.
Que em seguida se enchem das cores destas flores, talvez para deixar menos negro o sentimento de perda e tristeza que marca o dia.
São raras as flores na Guiné-Bissau. Porquê? Não faço ideia. Mas não há jardins de flores. Viajamos para qualquer lado e mesmo em paisagens verdejantes, onde parece que toda a flora abunda falta a cor de uma FLOR.

Para recordar e para quem tem curiosidade, os preços:
Coroa de flores – 2.000 FCFA = 3,04€
Ramo de flores – 1.000 FCFA = 1,52€

quinta-feira, 31 de janeiro de 2008

TITINA SILÁ

Fez ontem anos que morreu Titina Silá. Foi assassinada quando ia a caminho do funeral de Amílcar Cabral (um post para o futuro). Era militante do PAIGC e uma das muitas mulheres que combateu na Luta pela Independência. Muitas foram as mulheres guineenses que ao lado dos homens combateram pelos ideais em que acreditavam. Há um monumento na Amura, forte militar em Bissau, em homenagem à Titina Silá. Também é lá que se encontra o túmulo de Amílcar Cabral. Mas ainda não foi desta que consegui passar do portão da Amura, na foto em baixo conseguida um tanto ou quanto furtivamente aos militares de guarda.
Sem considerações sobre a guerra, que não me interessa, não foi nem nunca é solução, queria apenas prestar homenagem a essa mulher, a todas as outras ex-combatentes, e ainda a todas as mulheres que não lutando da mesma forma, lutaram em sentimentos pela perda de maridos e filhos. Não sendo feminista extremista emociona-me e faz-me sorrir a força e carácter de certas fêmeas, como por aqui se diz vulgarmente. (A foto em cima à esquerda, com Titina Silá, Amilcar Cabral e população, faz parte do arquivo fotográfico da Fundação Mário Soares)