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sábado, 25 de julho de 2009

SUMOS NATURAIS

Durante alguns dias, aqui em casa, a Nené organizou umas pausas-café que foram servidas na Faculdade.

Foram um sucesso, em especial pelos sumos naturais que foram servidos.

De tal maneira que agora a Associação de Estudantes, envolvida num projecto, em que serve refeições no âmbito de umas formações que decorrem na Faculdade, este mês e durante os próximos, compra os sumos à Nené.

Tudo começou assim:
A Nené comprou um cabaz de ingredientes naturais.
E muito açúcar.

O primeiro sumo implica uma preparação com algum tempo de antecedência. Tem esta cor linda e apetecível e é na verdade uma infusão.
Ferver a água, juntar o ONJO, deixar repousar um bocado (cerca de meia-hora), coar, juntar açucar, mexer e deixar arrefecer. Esta matéria-prima são as flores do bagitche, umas folhas que por aqui existem (nunca tinha visto antes). As folhas podem ser juntas à sopa, serem simplesmente cozidas ou fazer esparregado. Não gosto. Mas as flores, secam, ficam com esta cor maravilhosa, e resultam neste sumo. O meu favorito.

O segundo é o sumo de FOLI (também dito fole). É um fruto de uma árvore trepadeira borrachífera de frutos acidulados, explica o dicionário. Para obter o sumo é descascar, esmagar com açúcar e juntar água.
Também se come só o fruto. Tem este aspecto um bocadinho feio e tosco, quando se abre também não é propriamente uma tentação, no entanto o sabor é agradável e o sumo é muito gostoso.

O sumo de Kabasera ou Cabaceira é feito a partir do recheio das cabaças, que, por sua vez, se encontram penduradas no embondeiro (árvore de grande porte).
AQUI as cabaças.

Modo de preparação: amolecer com água alguns minutos, esmagar, regular a água, coar, juntar açúcar.
Não sou fã mas dizem que faz muito bem ao colestrol. Uma vez na Gâmbia bebi este sumo misturado com outro que não me recordo e lembro-me de ter gostado.

VELUDO: o nome é bonito, a cor sedutora, o toque suave. Infelizmente não consigo gostar do sumo. Fica sempre espesso, não pode ser de outra forma, e em repouso a água separa-se da polpa. O modo de preparação é semelhante ao do anterior: amolecer na água, mexer, regular a água, coar e juntar açúcar.
O fruto avermelhado encontra-se numa árvore de vagens negras e aveludadas, de seu nome veludo e que o dicionário define como medicinal.

Dizem que quem bebe o Sumo de Farroba se tiver paludismo este se vai revelar, o que é melhor para a pessoa poder ser tratada. Neste caso ao sumo deve ser acrescentado mel.
O mesmo modo de preparação dos últimos.
Este fruto amarelo forte provém de uma árvore muita alta, chamada pé-de-farroba.

A Nené prepara ainda um sumo misto, de cabaceira, veludo e farroba, que é aromatizado com sumo de lima. Muito apreciado pelo que percebi embora não tenha conquistado esta adepta.

Fresquinhos e todos com muito açúcar estes sumos fazem agora as delícias dos beneficiários dos momentos de pausas-café, lanches e refeições que têm lugar na Faculdade, tendo substituído, felizmente, os, até então favoritos (e cheios de conservantes), refrigerantes de lata: Coca-Cola, Fanta, Mazza e outros.

Como já há por aí uma marca de produtos da terra, com slogan promovido por uma ONG: Kil ki i di nos i tene balur.

sexta-feira, 1 de maio de 2009

CAJU: A ÁRVORE, O (FALSO) FRUTO, A CASTANHA, O SUMO E O VINHO

Antes de Março começamos a vê-los assim, cada vez mais, pendurados nas árvores. Este é o cajueiro. Multiplicam-se pelos terrenos a uma velocidade quase incontrolável. Há-os na cidade e à beira de todas as estradas quando saímos da capital.
No mês de Março começamos a vê-lo das seguintes formas.

O fruto (que é afinal o pseudofruto).
É fresco e sumarento, mas sempre que experimentei parece que “encortiça” a boca, tal como os dióspiros, dos quais também não consigo gostar.
E a castanha de caju, que é afinal o verdadeiro fruto, e a esta sim, eu não resisto, e nem a maior parte das pessoas que conheço. É por isso que a exportação da castanha de caju representa muito mais de metade do PIB do país.
Tem estado entre o 5º e 8º lugar dos maiores países produtores da castanha de caju e aquele que mais a exporta em estado bruto.

Estas são as minhas principais vendedoras, em frente ao mercado central. Já sabem que quando vou a Portugal levo vários saquinhos e por isso quando se aproximam algumas férias escolares, perguntam quase todos os dias quando vou. Há algumas semanas lá foram mais uns saquinhos. Lá em casa até a avó, com 82 anos, acha a castanha de caju uma delícia.
Em Bissau, também procuro que, na época em que ele é “fresco” ou “novo”, haja sempre aqui por casa, ou a servir de aperitivo a qualquer hora, exposto nesta canoa de madeira de pau-preto;
Ou quando há lanche ou festa cá por casa, inventei desde o 1º ano, a receita da tarte de caju, que é só pegar numa receita de tarte de amêndoa e substituir esse fruto por este.

Do (pseudo) fruto faz-se ainda uma aguardente a que aqui chamam vinho de caju. E na Avenida da Granja (Estrada da Aldeia SOS) é onde se concentra a maior venda de vinho de caju. (Para mim) O cheiro é intenso e não muito agradável. Mas os guineenses apreciam esta bebida, e hoje 1º de Maio estará presente em muitas festas.

As fotos do vinho, devo-as ao Eliseu. Obrigada!