Durante alguns dias, aqui em casa, a Nené organizou umas pausas-café que foram servidas na Faculdade.
Foram um sucesso, em especial pelos sumos naturais que foram servidos.
De tal maneira que agora a Associação de Estudantes, envolvida num projecto, em que serve refeições no âmbito de umas formações que decorrem na Faculdade, este mês e durante os próximos, compra os sumos à Nené.
Tudo começou assim:
A Nené comprou um cabaz de ingredientes naturais.
E muito açúcar.
O primeiro sumo implica uma preparação com algum tempo de antecedência. Tem esta cor linda e apetecível e é na verdade uma infusão.
Ferver a água, juntar o ONJO, deixar repousar um bocado (cerca de meia-hora), coar, juntar açucar, mexer e deixar arrefecer. Esta matéria-prima são as flores do bagitche, umas folhas que por aqui existem (nunca tinha visto antes). As folhas podem ser juntas à sopa, serem simplesmente cozidas ou fazer esparregado. Não gosto. Mas as flores, secam, ficam com esta cor maravilhosa, e resultam neste sumo. O meu favorito.

O segundo é o sumo de FOLI (também dito fole). É um fruto de uma árvore trepadeira borrachífera de frutos acidulados, explica o dicionário. Para obter o sumo é descascar, esmagar com açúcar e juntar água.
Também se come só o fruto. Tem este aspecto um bocadinho feio e tosco, quando se abre também não é propriamente uma tentação, no entanto o sabor é agradável e o sumo é muito gostoso.

O sumo de Kabasera ou Cabaceira é feito a partir do recheio das cabaças, que, por sua vez, se encontram penduradas no embondeiro (árvore de grande porte). AQUI as cabaças.

Modo de preparação: amolecer com água alguns minutos, esmagar, regular a água, coar, juntar açúcar.
Não sou fã mas dizem que faz muito bem ao colestrol. Uma vez na Gâmbia bebi este sumo misturado com outro que não me recordo e lembro-me de ter gostado.
VELUDO: o nome é bonito, a cor sedutora, o toque suave. Infelizmente não consigo gostar do sumo. Fica sempre espesso, não pode ser de outra forma, e em repouso a água separa-se da polpa.
O modo de preparação é semelhante ao do anterior: amolecer na água, mexer, regular a água, coar e juntar açúcar.
O fruto avermelhado encontra-se numa árvore de vagens negras e aveludadas, de seu nome veludo e que o dicionário define como medicinal.
Dizem que quem bebe o Sumo de Farroba se tiver paludismo este se vai revelar, o que é melhor para a pessoa poder ser tratada. Neste caso ao sumo deve ser acrescentado mel.
O mesmo modo de preparação dos últimos.
Este fruto amarelo forte provém de uma árvore muita alta, chamada pé-de-farroba.
A Nené prepara ainda um sumo misto, de cabaceira, veludo e farroba, que é aromatizado com sumo de lima. Muito apreciado pelo que percebi embora não tenha conquistado esta adepta.

Fresquinhos e todos com muito açúcar estes sumos fazem agora as delícias dos beneficiários dos momentos de pausas-café, lanches e refeições que têm lugar na Faculdade, tendo substituído, felizmente, os, até então favoritos (e cheios de conservantes), refrigerantes de lata: Coca-Cola, Fanta, Mazza e outros.
Como já há por aí uma marca de produtos da terra, com slogan promovido por uma ONG: Kil ki i di nos i tene balur.
Foram um sucesso, em especial pelos sumos naturais que foram servidos.
De tal maneira que agora a Associação de Estudantes, envolvida num projecto, em que serve refeições no âmbito de umas formações que decorrem na Faculdade, este mês e durante os próximos, compra os sumos à Nené.
Tudo começou assim:
O primeiro sumo implica uma preparação com algum tempo de antecedência. Tem esta cor linda e apetecível e é na verdade uma infusão.
O segundo é o sumo de FOLI (também dito fole). É um fruto de uma árvore trepadeira borrachífera de frutos acidulados, explica o dicionário. Para obter o sumo é descascar, esmagar com açúcar e juntar água.
O sumo de Kabasera ou Cabaceira é feito a partir do recheio das cabaças, que, por sua vez, se encontram penduradas no embondeiro (árvore de grande porte). AQUI as cabaças.
Modo de preparação: amolecer com água alguns minutos, esmagar, regular a água, coar, juntar açúcar.
Não sou fã mas dizem que faz muito bem ao colestrol. Uma vez na Gâmbia bebi este sumo misturado com outro que não me recordo e lembro-me de ter gostado.
VELUDO: o nome é bonito, a cor sedutora, o toque suave. Infelizmente não consigo gostar do sumo. Fica sempre espesso, não pode ser de outra forma, e em repouso a água separa-se da polpa.
Dizem que quem bebe o Sumo de Farroba se tiver paludismo este se vai revelar, o que é melhor para a pessoa poder ser tratada. Neste caso ao sumo deve ser acrescentado mel.
A Nené prepara ainda um sumo misto, de cabaceira, veludo e farroba, que é aromatizado com sumo de lima. Muito apreciado pelo que percebi embora não tenha conquistado esta adepta.
Fresquinhos e todos com muito açúcar estes sumos fazem agora as delícias dos beneficiários dos momentos de pausas-café, lanches e refeições que têm lugar na Faculdade, tendo substituído, felizmente, os, até então favoritos (e cheios de conservantes), refrigerantes de lata: Coca-Cola, Fanta, Mazza e outros.
Como já há por aí uma marca de produtos da terra, com slogan promovido por uma ONG: Kil ki i di nos i tene balur.
9 comentários:
Que sugestiva viagem por sumos desconhecidos (para mim) e, por certo, deliciosos. Gosto de frutos tropicais e, por isso, estão de parabéns quem faz e quem consome. Outra dádiva africana. Beijinhos
Fiquei com água na boca...
Venha um de fole para esta mesa!;-)
Gostei da descrição :) e para mim pode o primeiro, o de Onjo!
Gostei especialmente dos "alguidares" não conhecia esta árvore e adorei... acho que te vou pedir para me enviares quando voltares :)
Conversamos sobre isso no nosso café ;)
Beijinho,
Lena
Pena não haver essas coisas tão boas cá! Nós nunca damos valor ao que temos, e isto é válido para todo o mundo. Aí preferiam os refrigerantes; eu nunca fui capaz de os beber. Água, chá ou polpa de fruta. Com água e sem açúcar!
Beijinho
não sabia k dava pra fazer sumo com veludo..mmm..e com os outros mais a baixo...tenho que experimentar....não sei de onde esses sumos aparecem mas ainda tem o de tambarino que eu não vi acho eu..é muito bom...acido..enfim...
Uma amiga brasileira que agora vive em Mocambique perguntou-me se conhecia o maboque (angola) e descobrimos que é o fole (da guiné, onde nasci). E descobri esta página com todos esses frutos da minha infancia que não como há décadas. De fazer crescer água na boca! Parabéns!
Muito interessante. A maioria dos produtos utilizados de facto não se encontram cá e é mais uma forma de mostrar a cultura africana.
Joana Pinheiro
http://nutrisuperhealth.blogspot.com
Descobri hoje este blog, SENSACIONAL, é honroso para qualquer guineense ser o seu país ser retratada assim. abraços
Ondjo, delicioso! Aqui no Brasil, chamamos de hibisco e é famoso por seu poder emagrecedor!
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