É tempo de desejar Boas Festas a todos. E sobretudo de desejar que 2009 seja um ano melhor para todos e em especial para a Guiné- Bissau.
Porque o Natal é das crianças, aqui ficam uns rostos de esperança.
Este não é só um blog sobre mim, é sobretudo um blog sobre a Guiné-Bissau, sobre a vida em Bissau, sobre uma parte de África. Levou tempo a amadurecer a ideia de criar um blog sobre esta experiência, vivo em Bissau desde Outubro de 2004, mas aqui está. Para a minha família, para os meus amigos e para todos os que queiram conhecer, ver, aprender, visitar: AQUI ESTÁ A GUINÉ-BISSAU.
Onde comprar artesanato na Guiné?
* Centro Artístico Juvenil na Avenida 14 de Novembro
* Avenida Amílcar Cabral, em dois pontos principais:
-Por baixo da Pensão da D. Berta
-Frente ao Nunes & Irmão / Ao lado dos Correios
Há mais episódios desportivos onde os guineenses torcem por nós e nós por eles. Também no início de Junho decorreu o II Torneio de Tennis da Cooperação Portuguesa, em Bissau.
Para quem gosta de ir ver os jogos, a disputa entre os amigos e rivais (?! só se for mesmo na modalidade) Osvaldo e Manuel é imperdível. Encheu-me de orgulho o 8º lugar conquistado pelo Osvaldo, o melhor entre os portugueses. Mas a final do torneio entre o Peti e o Bene não fica atrás de nenhum Open do Estoril ou Roland Garros, são profissionais a sério. Pessoalmente até prefiro o Estádio Lino Correia, em Bissau, onde o ambiente de desportivismo é acolhedor e contagiante.
Menos desportivo e mais académico foi mais um momento de entrega de diplomas a licenciados na Faculdade de Direito de Bissau. E aqui estou eu e o Yasmine num dia que me emocionou ver receber os diplomas numa cerimónia pomposa àqueles que já foram meus alunos. É das melhores sensações do mundo sentir que se fez parte da formação de alguém, que ensinámos alguém, que aprendeu connosco e que aprendemos com eles. O Yasmine foi o melhor licenciado do ano dele, e em seguida foi meu assessor em duas cadeiras novas do curso, tarefa nada fácil. Foi um colega e amigo, que agora está mais afastado por excelentes motivos profissionais. Conseguiu um emprego maravilhoso e merecido que me enche a mim e a todos na faculdade e no projecto de orgulho.
Com tanta emoção, as chatices com a falta de combustível até parecem menores.
Se às vezes no conforto das nossas casas (aqui) nos esquecemos de onde estamos, a verdade é que nos devíamos lembrar mais vezes, e foi isso que aconteceu durante várias semanas. Às vezes falta a gasolina, acaba, não há à venda durante uns dias. Mas dessa vez o problema foi com o gasóleo, alguma falta mas essencialmente divergências entre as gasolineiras e o Governo – sim, aqui como em Portugal, como noutros países.
As filas intermináveis ao pé das gasolineiras eram o problema menor; ao racionar do combustível do gerador é que é difícil habituarmo-nos.
Pois é, regra geral não há luz em Bissau, luz da rede, mas por todo o lado proliferam geradores altamente poluentes e barulhentos mas que nos permitem estar por exemplo aqui, no computador. Infelizmente a dependência pelo gasóleo é muito grande.
Estar então algumas horas por dia sem luz, sem computador, sem ar condicionado, sem frigorífico, sem água, deixou-me muitas vezes triste, às vezes desesperada, mas com uma admiração cada vez maior por um povo que vive sem nada disso, dias após dia, e ainda assim sabe viver feliz.