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segunda-feira, 6 de julho de 2009

MUSEU ETNOGRÁFICO II

Ainda da 1ª visita ao museu ficou por contar a secção seguinte.

Estas são peças em barro feitas em Calequisse (zona Norte da Guiné), pela D. Amélia, uma mulher de etnia manjaca. Fazer estas peças é uma profissão hereditária que passa de mãe para filha, e, conta-me a Eveline, existem peças da avó da D. Amélia no Museu Nacional de Etnologia, em Lisboa.



Esta peça não é muito diferente de umas bilhas em barro que existiam nas aldeias em Portugal há alguns anos atrás. Assim que vi deduzi que a ideia era a mesma. Serve para levar a água e ir bebendo ao longo do dia; água que ali se conserva mais fresca do que noutros recipientes. Chamam-lhe moringo.



Este pote em barro serve para a reserva de água em casa. É típico da etnia balanta mas também é feito ou comprado por outras etnias.

Já vi alguns à venda e já vi fazerem deles vasos de plantas. É a adaptação para quem não tem quem ter potes em casa cheios de água.



De entre as peças de barro esta é a mais interessante: nesta panela, especialmente reservada para certas categorias de pessoas, é colocada água e nas cerimónias fúnebres, da etnia manjaca, os cadáveres são lavados com a água dessa panela. No entanto só os cadáveres de régulos ou da família deste, dos djambacus (feiticeiros) e das pessoas que têm como função enterrar as outras, têm este privilégio; formam o conjunto de pessoas mais importantes da tabanca.

Na etnia papel esta panela faz ainda parte de outra cerimónia. Enche-se de água e a partir dela lavam-se os noivos após o ritual do casamento e antes de se deitarem.

Mais numa próxima visita!

2 comentários:

Mónica Lice disse...

Parabéns por mais esta visita guiada.;-)

Unknown disse...

Obrigado, Ana Cláudia!
Vou revivendo a Guiné através do seu blog!