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quarta-feira, 1 de julho de 2009

KAMPUNI

É a palavra bijagó para rapariga.

Dá nome à primeira revista feminina da Guiné-Bissau. Este post é dedicado à kampuni Mónica, pois foi pela falta deste tipo de revistas que ela começou o
mini-saia. Sei que iría ficar feliz de assistir a este nascimento.

Esta é a número 0, saiu no final de Abril, mas foi anunciado o lançamento do número seguinte para o fim do mês de Junho e confirma-se, saiu. A ver se tenho tempo hoje para ir buscar a minha que está reservada.

É essencialmente vocacionada para as mulheres mas é também uma revista de Arte & Cultura, como se auto apelida.

Ao lê-la aprendi mais sobre mulheres de sucesso, africanas ou de origens africanas:
* Rosa da Cunha, a capa da Kamupuni e Miss Guiné –Bissau em Portugal;
* Francisca Pereira, guineense, ex-combatente de Liberdade da Pátria e actual Presidente da Rede Nacional da Luta Contra a Violência do Género e da Criança na Guiné-Bissau;
* Vânia Oliveira, essencialmente conhecida como cantora, mas é também actriz, bailarina e escritora;
* Michelle Obama, a actual Primeira-Dama dos EUA, uma mulher forte, elegante e cheia de carisma, agora no centro de muitas atenções;
* Odete Semedo, escritora guineense de quem já falei AQUI e que lançou um novo livro “No fundo do canto”;
* Djamina Batista, guineense, modelo profissional com grande fama no Brasil e jornalista (o exemplo vivo do sonho da
Ondinha);
* Dulce Neves, cantora, que chegou a fazer parte do grupo
Super Mama Djombo, e que há vários anos tem uma carreira sólida a solo.

A Kampuni aborda ainda temas muito interessantes que fazem parte da realidade guineense, como:
- A mutilação genital feminina;
- O casamento forçado;
- A condição da mulher guineense, o seu acesso à vida profissional, o trabalho no campo;
- A saúde materna e a taxa de mortalidade materna;
- A SIDA;
- O
Carnaval (sinónimo de grande festa e reportado AQUI)
- A Biodiversidade, inseparável de um artigo sobre os
Bijagós com o título “Uma pérola no Atlântico”

E claro, pelo meio, aqui e ali, dicas de beleza, como técnicas de maquilhagem, conselhos de moda e alguns de decoração.

Pode parecer só mais uma revista feminina mas estando aqui parece muito mais que isso: um sinal, um instrumento de luta e divulgação. Na verdade grande parte do que a Guiné precisa é de esclarecimento, de saber mais, de falar e divulgar o que tem de bom mas também os problemas sociais que ainda existem.

Ansiosa pela próxima!

3 comentários:

Mónica Lice disse...

Muito obrigada Ana!

Aqui a kampuni Mónica agradece.

Já estou a tentar que me tragam um exemplar da revista, para matar as saudades e a curiosidade.

♥ Guida disse...

Eu também quero! Parece tão diferente das que temos cá! Não há maneira de a conseguir em Portugal?

Eu cheira-me que se os senhores da redacção souberem (se não sabem já) da história da Mónica ainda vão querê-la para a revista ;)


Beijinho

Unknown disse...

Que maravilha! Apesar de todos os problemas dessa terra, ainda há gente que encontra força e ânimo para fazer coisas destas! Tão importantes! Obrigado por divulgá-las!

Beijinho

Carlos Brighton