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quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

AINDA VARELA

O último post já ia longo mas cinco dias em Varela tinham ainda mais que se lhe dissesse. Não podia deixar de contar 3 histórias.
A viagem a Varela há um ano quase não era possível. Em Agosto de 2006, época de chuvas, um camião demasiado carregado atravessou uma das débeis pontes que se atravessam no caminho para Varela, sobre estreitos cursos de água. A ponte não aguentou a carga e ponte e camião foram parar à água. Só há este acesso por terra para Varela e por isso a vila ficou isolada durante vários meses - dificuldades de todo o tipo, falta de tudo. Só no final do ano, esforços conjuntos de alguns particulares que lá tinham casas – movidos também por uma imensa vontade de lá irem passar o natal e fim de ano -, e alguns apoios exteriores (de entre os quais a Cooperação Portuguesa e a ONG AD) levantaram a ponte da foto. Eu sei que parece pequena mas a sua missão é grandiosa. E lá ao lado ainda se vê uma parte do camião afundado.

Na praia de Varela, para além de tudo o quanto é bom na praia, ainda mais nesta, quase deserta, houve um dia particularmente encantado pela presença de tantas gentes. Primeiro, homens e rapazes lançaram uma rede à água e, mesmo ali na praia, a pescaria foi abundante. Dali saíram as refeições de várias famílias que por ali habitam.

Depois apareceram muitas crianças. Tinham algo de diferente de outras crianças que se aproximam de nós, um pouco por todos os locais onde passamos na Guiné. Estas pareciam mais desconfiadas, distantes, ensombradas. Tiveram por ali um bocado e soubemos então que são crianças refugiadas que se separaram das famílias no conflito de Casamansa. Tão pequeninos e tão tristes.

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